Respostas
Resposta:
Qua, 11/05/2011 - 8h00 | Do Portal do Governo
No próximo dia 13 de maio, quando é lembrada a Abolição da Escravatura no Brasil, o Arquivo Público do Estado de São Paulo, órgão vinculado à Casa Civil, irá colocar em seu site 23 títulos de jornais e revistas da chamada “imprensa negra” brasileira. Trata-se de uma coleção de periódicos publicados por várias vertentes do movimento negro no país durante as primeiras décadas do século XX. A iniciativa irá facilitar o acesso ao acervo, que antes só podia ser consultado na sede da instituição.
Estes periódicos foram publicados por várias correntes do movimento negro, como o jornal A Voz da Raça, da Frente Negra Brasileira. Fundado em 1933, o jornal é tido como um dos mais importantes do gênero, sendo bastante lido também fora da comunidade negra. A Voz da Raça circulou até 1937, totalizando 70 edições. Outro exemplo é o jornal Quilombo (1950), editado por Abdias do Nascimento, célebre militante e agitador cultural. O periódico tinha a função de articular e divulgar a Convenção Nacional do Negro Brasileiro.
A expressão “imprensa negra” é comum no meio acadêmico para designar títulos de jornais e revistas publicados em São Paulo após o processo abolicionista, no final do século XIX. Estes periódicos destacaram-se no combate ao preconceito e na afirmação social da população negra, funcionando como instrumentos de integração deste grupo na sociedade brasileira no início do século XX.
Além disso, estes jornais também atuavam na divulgação de eventos cotidianos da população negra, tais como festas, bailes, concursos de poesia e beleza, os quais raramente apareciam em veículos da grande imprensa. É o caso, por exemplo, dos jornais Getulino (1923-1916) e O Clarim d´Alvorada (1929-1940) e da revista Senzala (1946), entre outros.
Grande parte dos jornais foi editada na cidade de São Paulo, mas também constam alguns títulos de outras cidades como o Rio de Janeiro, Campinas e Sorocaba.