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Um dos problemas que estavam na raiz da corrupção de parte do clero era a questão da venda de indulgência, que foi o principal alvo de Lutero.
Críticas às indulgências
Bom, o ponto principal da crítica de Lutero é a questão das indulgências. Mas o que é indulgência? O catecismo da Igreja Católica define indulgência como “a remissão, perante Deus, da pena temporal devida aos pecados cuja culpa já foi apagada; remissão que o fiel devidamente disposto obtém em certas e determinadas condições pela ação da Igreja que, enquanto dispensadora da redenção, distribui e aplica, por sua autoridade, o tesouro das satisfações de Cristo e dos Santos” (Catecismo da Igreja Católica, n. 1471).
A indulgência, como se vê, é um recurso oferecido pela Igreja ao fiel que praticou algum pecado passível de absolvição ou remissão aqui na Terra. Em troca da absolvição da Igreja, o fiel deve fazer obras e penitências, como o jejum.
Ocorre que na transição da Idade Média para a Idade Moderna, tornou-se frequente o uso das indulgências como “moeda de troca” entre nobres e o clero. Muitos nobres, para estabelecer boas relações com o poder da Igreja, cediam terras ou promoviam obras diversas para Roma e, em troca, recebiam as indulgências.
Em 1517, Lutero, já residindo em Wittenberg, deu início a uma série de discussões com autoridades teológicas da Igreja após afixar nas paredes da igreja do Castelo dessa mesma cidade 95 teses. Todas abordavam direta ou indiretamente o tema das indulgências. Nos anos seguintes, Lutero passou a debater não apenas a questão das indulgências, mas também outros temas teológicos. O Papa Leão X propôs ao monge alemão que se retratasse para não ser excomungado, mas Lutero não voltou atrás e, em 1521, sua excomunhão foi declarada.