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Resumo
A produção de Pierre Bourdieu se insere no conjunto das sociologias que buscam discutir as relações entre os modos de transmissão cultural e a reprodução das desigualdades sociais. No decorrer de sua obra o autor apresenta uma teoria sobre os modos de reprodução social, legitimação e dominação simbólica, questionando os discursos em torno da ideia de “igualdade e democratização de oportunidades”, tendo repercussão direta no campo educacional brasileiro. Neste artigo, buscamos revisitar a teoria da violência simbó- lica apresentada por Bourdieu e Passeron no livro “A Reprodução”, publicado em 1975, com o intuito de refletir sobre os discursos meritocráticos em dois grupos escolares do sul de Santa Catarina. Tomando-os como casos exemplares e a partir de um conjunto de fontes de natureza diversa, circunscritas ao período de 1949 a 1972, tentamos analisar a problemática da meritocracia escolar a partir de práticas de premia- ção. De maneira geral, observamos a recorrência de discursos meritocráticos nas escolas ligados a formas de violência simbólica, pautadas por práticas de hierarquização, classificação, premiação e comparações entre os alunos a fim de eleger os mais notáveis entre eles e produzir um ideal de estudante