Não queria arrancar-lhe as ilusões. Também ele, em criança, e ainda depois, foi supersticioso, teve um arsenal inteiro de crendices, que a mãe lhe incutiu e que aos vinte anos desapareceram. No dia em que deixou cair toda essa vegetação parasita, e ficou só o tronco da religião, ele, como tivesse recebido da mãe ambos os ensinos, envolveu-os na mesma dúvida, e logo depois em uma só negação total. Camilo não acreditava em nada. Por quê? Não poderia dizê-lo, não possuía um só argumento; limitava-se a negar tudo. E digo mal, porque negar é ainda afirmar, e ele não formulava incredulidade; diante do mistério, contentou-se em levantar os ombros, e foi andando." (Machado de Assis). Assinale a opção em que NÃO haja correspondência de ideias com a frase: “E digo mal, porque negar é ainda afirmar...”
a) E digo mal, pois que negar é ainda afirmar...
b) E digo mal, porquanto negar é ainda afirmar...
c) E digo mal, pois negar é ainda afirmar...
d) E digo mal, visto que negar é ainda afirmar...
e) E digo mal, conquanto negar é ainda afirmar...
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A opção em que NÃO há correspondência de ideias com a frase: "E digo mal, porque negar é ainda afirmar..." é:
e) E digo mal, conquanto negar é ainda afirmar...
> A conjunção "conquanto" expressa ideia de concessão, ou seja, um um fato contrário ao da afirmação presente na oração principal, mas que não é suficiente para anular tal fato.
"Conquanto" é uma conjunção concessiva, já "porque" (presente no enunciado principal) é uma conjunção causal.
Portanto, expressam ideias diferentes.
<3
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