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Este artigo analisou a ética na política de Aristóteles. Num cenário marcado pela guerra é
compreensível, que, desde o início, a obra aristotélica fosse marcada pela reflexão
política, pela urgência de se encontrar novas formas de convivência na pólis, de
reencontrar os velhos e bons ideais perdidos. Por outro lado, a própria Política, obra da
maturidade, ao adensar suas formulações sobre o tema, ao expor suas preocupações ao
final da vida, evidencia, de fato, que o tema político matrizara sua vida, porquanto inicia e
encerra as reflexões construídas no curso dos tempos. Viu-se que o olhar positivo e
excessivamente complacente com que a política foi compreendida desde os gregos
configura, in limine, problema maior no interior da tradição filosófica ocidental. Enaltecida,
desde logo, positivamente tomada, a política se arma, enquanto meio civilizador, a
demarcar as formas de sociabilidade e de racionalidade. Se a política não conseguia ser
socialmente resolutiva, ou mostrava suas próprias deficiências, então a ética era chamada
a reforçar a institucionalização ideal do limite, do justo meio termo que se devia
eticamente seguir.