Senhoras: Não pouco vos surpreenderá, por certo, o endereço e a literatura desta missiva. Cumpre-nos, entretanto, iniciar estas linhas de saudade e muito amor, com desagradável nova. É bem verdade que na boa cidade de São Paulo – a maior do universo, no dizer de seus prolixos habitantes – não o sois conhecidas por “Icamiabas”, voz espúria, sinão que pelo apelativo de Amazonas; e de vós, se afirma, cavalgardes ginetes belígeros e virdes da Hélade clássica; e assim sois chamadas. Muito nos pesou a nós, Imperator vosso, tais dislates da erudição porém heis de convir conosco que, assim, ficais mais heroicas e mais conspícuas, tocadas por essa plátina respeitável da tradição e da pureza antiga.” (Mário de Andrade, Macunaíma. Rio de Janeiro, 2013, p. 75) Macunaíma, personagem de livro homônimo de Mário de Andrade, ao escrever sua Carta pras Icamiabas, realiza uma.
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Caricatura da linguagem formal, por meio da qual parodia a carta de Pero Vaz de Caminha, e realiza uma inversão da descoberta do Brasil
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