• Matéria: Português
  • Autor: FerValeriano
  • Perguntado 8 anos atrás

resumo sobre a fabula "O homem e o bosque"

Respostas

respondido por: milcasamir
4
Em O Homem do Bosque, a narrativa de Spencer é fluida. A linguagem simples esconde uma profundidade com significados ímpares, pois o autor demonstra ter um olhar preciso para as questões da natureza humana e suas obscuridades, mas também levezas. Essas características transformam Spencer em um verdadeiro contador de histórias, o que faz com que o leitor fique ansiando por mais a cada página virada.

As personagens possuem um interior raro do dia-a-dia, tornando-as verossímeis, com problemas e questionamentos reais. Os desafios que enfrentam são tangíveis e carregados de dúvidas e indecisões pertinentes ao ser humano. Todas as personagens parecem estar no limite, naquela linha tênue entre a sanidade e a loucura. Kate, como a guia espiritual que ganha rios de dinheiro, mas que, em certo momento, não está muito certa naquilo em que acredita. Paul, como o homem correto e boa praça, que, ao ver um cachorro sendo espancado, defende-o da violência com violência, caindo em um redemoinho de inquietações e incertezas.

A nuance psicológica bem abordada pelo autor traz à obra um diferencial. Através das personagens, conseguimos perceber o tortuoso caminho do autoconhecimento e como fazemos uma força descomunal contrária às mudanças, não aceitando as fraquezas como partes do todo. O ser humano, no geral, é muito dualista: ele reconhece apenas duas categorias, o que é ruim e o que é bom. E o meio termo, como fica? Enjaulado dentro de uma camada frágil da obrigação da “bondade”? Essa questão é muito bem resumida no verso de Johnny Cash que Spencer colocou sabiamente no início da primeira parte do livro: “A fera dentro de mim está em uma jaula de grades finas e frágeis.”

“- É bom que tudo esteja resolvido.
Sim, resolvido. Uma das palavras que as pessoas usam quando estão penduradas no abismo. Fazendo de conta que a vida é uma jornada que leva a algum lugar.”

Um outro assunto notável que o autor traz à tona é como um fato inesperado pode mudar uma vida completamente. Isso faz com que as falsas ilusões de controle sobre o que queremos para a nossa vida caiam por terra. Não podemos prever nossos atos, se sequer conhecemos nossas trevas interiores, assim como os raios de luz que as dissipam. A constatação é inquietante.

As relações humanas imperfeitas também são alvos de Spencer. Elas estão por toda parte: no casal que se ama, mas que esconde segredos um do outro, incapaz de se comunicar; nos amigos que, apesar de convívio próximo, mal sabem um sobre o outro; nos irmãos que se sentem mais próximos quando apontam o dedo para a miséria um do outro… Paradoxalmente, o autor não embute uma visão pessimista, é mais apenas como uma constatação de um fato. Nossos relacionamentos são indispensáveis e há beleza neles, mas também há um outro lado, que, por mais sombrio que seja, não consegue obscurecer a beleza do outro.

Por fim, O Homem do Bosque é o tipo de livro que você lê pelo prazer de se deparar com uma narrativa bem escrita, com indagações que levam a reflexões pertinentes. Não importa o destino que o autor dê à história e às personagens; é a narrativa a grande estrela da obra. E que estrela. Ótimo livro.

FerValeriano: Ei obrigado pela preocupada mas eu queria um resumo sobre O homem e o bosque nao sobre o homem do bosque
FerValeriano: preocupação*
respondido por: ka48
3

Um lenhador, tendo perdido o cabo de seu machado, entrou certo dia na floresta e em tom de humildade, pediu-lhe que deixasse cortar um galho de árvore a fim de confeccionar outro para a sua ferramenta, prometendo em troca só devastar outras florestas.

Respeitaria ali, assim se obrigava, os antigos robles cuja vetuzes era tão respeitada pelo povo, não tocaria no pinho esguio e resinoso que fazia o encanto dos olhos, assim como respeitaria todas as demais plantas.

Deu-lhe a floresta o galho pedido; o lenhador no mesmo instante despojou-o da casca, rapidamente preparou o novo cabo e ajeitou-lhe na ponta o machado.

A seguir, o miserável, vibrando a arma renovada, pôs-se a cortar impiedosamente ciprestes, robles, louros e teixos, sem nada respeitar. E cada tronco que se abatia ao solo, doridamente gemia:

- Ah, fomos nós, desditosos, que lhe fornecemos os meios para nos abater!

A fábula explica a moral que no mundo, geralmente, paga-se o benefício recebido com fria ingratidão.


FerValeriano: voce poderia me ajudar sobre oq essa fábula repassa para você, tipo algum ensinamento?
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